A Verdade Sobre o Fundo Gladius, a XP e os Rumores Recentes


Nos últimos dias, alguns rumores ganharam força no mercado, especialmente envolvendo a XP Investimentos e um fundo chamado Gladius.
Relatórios e publicações sugeriram que a XP estaria operando um suposto “esquema de pirâmide” por meio desse fundo — o que gerou dúvidas e inseguranças em muitos investidores.

Este artigo tem o objetivo de esclarecer, com base em dados e fatos concretos, o que realmente está por trás dessas alegações.

O que está sendo dito?
O relatório que causou a polêmica afirma que o fundo Gladius teria entregado retornos de 93% ao ano desde 2019, e que ele seria a principal fonte de lucro da XP.
Segundo o autor, o fundo seria alimentado por COEs (Certificados de Operações Estruturadas) adquiridos por clientes, e assessores seriam “obrigados” a alocar neles para manter o fluxo de receita da empresa.

Mas quando confrontamos esses argumentos com os números oficiais da XP, a narrativa simplesmente não se sustenta.

O que é, de fato, o fundo Gladius?
O Gladius é um fundo interno da XP, que não está disponível para o público geral.
Ele foi criado por razões estruturais e tributárias e serve para consolidar receitas operacionais, como taxas de intermediação de produtos distribuídos pela XP.

Não se trata de um fundo comercializado com clientes. Nenhum investidor pessoa física aplica diretamente nele — e, portanto, não é verdade que os COEs ou outros produtos vendidos a clientes financiem esse fundo.

E a dependência da XP em relação aos COEs?


Vamos aos dados reais, extraídos da Apresentação de Resultados da XP de 2024:

– A XP tem hoje R$ 1,2 trilhões sob custódia
– R$ 18 bilhões de receita anual
– R$ 4,5 bilhões de lucro líquido
– Valor de mercado próximo a R$ 50 bilhões


A estrutura de receita da empresa é altamente diversificada:

– 75% da receita vem do investidor de varejo.
– Desses, 83% são de taxas de intermediação de ações, renda fixa e fundos.
– Apenas 17% vêm da linha “Outros”, onde os COEs se enquadram.

Mesmo que assumíssemos, de forma exagerada, que os COEs representem 100% dessa linha “Outros”, ainda assim estariam limitados a cerca de R$ 2 bilhões em receita — muito distante dos R$ 11 bilhões alegados no relatório.

Além disso, apenas 3% da custódia da XP está alocada em COEs. Isso mostra o quão pequena é a participação desse produto no contexto geral.

Por que esse tipo de rumor ganha força?
Porque notícias alarmantes, muitas vezes sem base sólida, se espalham rápido — especialmente em momentos de maior sensibilidade no mercado.

Mas é justamente nesses momentos que a clareza dos dados se torna ainda mais importante.


Quem conhece a estrutura da XP sabe que:

– Não há concentração de receita em um único produto
– A empresa tem uma base sólida, diversificada e auditada
– A segurança do investidor está preservada por meio de registros em câmaras oficiais de custódia como CBLC, Cetip e Selic.

Conclusão
Fatos importam. E quando analisamos os números reais, fica evidente que a narrativa do relatório não condiz com a realidade.

A XP é uma das maiores plataformas de investimentos do Brasil, com uma operação ampla, sólida e transparente.
Esse tipo de ruído de mercado já aconteceu antes — e continuará acontecendo. Mas, assim como em outras ocasiões, ele vai passar.

Enquanto isso, o mais importante é continuar tomando decisões com base em dados, estratégia e confiança no longo prazo.

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